Concordo a 100% com tudo o que está referido nesta carta aberta escrita pelo Presidente João. Já fazia falta alguém referir-se à vergonha que diariamente se assiste contra o "MEU" CLUBE (e digo meu porque mesmo em pequena parte ele é "meu"!!!!.
Jornais, televisões e rádios nacionais tratam o ENORME BOAVISTA como se trata-se de um clube estrangeiro com um insultuoso descrédito.
Nunca jogamos bem e merecemos ganhar... os nossos adversários é que jogam mal, e mesmo quando não merecem, todos dizeem que mereceram ganhar por isto ou por aquilo...
CONTRA TUDO E CONTRA TODOS... BOAVISTA SEMPRE!!!!!!!!!
CARTA ABERTA AO "JORNALISTA" SOUSA MARTINS
Caro Sousa Martins,
Lamento ter que te escrever esta carta, mas não posso deixar de o fazer. É que, utilizando a vossa terminologia, como oficial superior desta casa, não posso deixar de defender quem aqui dignamente trabalha. E, com certeza, até pelo que ouvi no vosso Programa de Domingo passado, essa é a postura correcta.
Conhecemo-nos há muito, e habituei-me a seguir a tua carreira profissional com admiração e respeito.
Daí que não compreenda como te deixaste envolver num momento de tão mau gosto como foi o injusto ataque pessoal feito, e de forma tão mediaticamente desigual, contra um profissional competente, honesto e dedicado como o Carlos Brito.
Como na passada semana, aliás, haviam feito (porventura involuntariamente) com o Hélder Rosário.
Exige muito a todos (dirigentes, treinadores, jogadores, árbitros) a Comunicação Social. E são particularmente exigentes os ora tão em voga apelidados de comentadores.
Mas quem exige aos outros deve no mínimo ser exemplo, e o exercício ensimesmado de parcialidade a que assisti no Domingo passado foi mau demais para ser verdade. Ou será que acreditas na máxima: “Faz o que digo, não faças o que eu faço”?
Não curo aqui de discutir se alguém nesse programa teve motivos para sentir algum motivo de insatisfação perante algum comentário público. Ou que, no Boavista como em todos os Clubes, se possam aqui ou ali cometer erros.
Mas fazer o que fizeram foi ir longe demais. E, por vezes, o jactante excesso de ironia utilizado roçou a banalidade e até a má educação.
E quem tão incisivamente critica os outros deveria ter a capacidade de, pelo menos, aceitar ser criticado.
E tu, Sousa Martins, que considero ainda, apesar de tudo isto, um profissional íntegro, tinhas o dever de não embarcar num jogo tão viciado e desproporcionado.
É que, muito embora tenhas tentado contrariá-lo de forma tímida, talvez porque a dada altura te deste conta da figura que estavam a fazer, ao atacar de forma tão violenta o Treinador do Boavista (tendo inclusivé havido o cuidado de montar uma peça para provar o vosso ponto de vista, “honra” que até ao momento mais nenhum outro Clube teve), tens que entender que atacaram esta Instituição.
Isto para não falar da deslealdade que fizeram ao Hélder Rosário, ao dar-lhe a entender propósito diferente do exibido para recolherem o seu depoimento.
Pior: não acredito que possa ser política editorial da TVI gastar o seu precioso tempo de antena com “vendettas” pessoais arrogantes e, repito, mediaticamente desleais, de certos comentadores, relativamente aos quais não resisto a fazer a pergunta: são tão imparciais como exigem aos comentados?
Disse-te a semana passada como lamento que, apenas porque cometeu o “crime” de ter sido Campeão Nacional, e de por mais duas vezes ter discutido a nossa principal Liga até ao fim, o Boavista, ao invés de ser apontado como um bom exemplo, tenha passado a ser um alvo para essa classe de insignes comentadores.
É esse também um dos fados nacionais, que explica porque vamos de crise em crise: todos os que, mais humildes, se destacam pelos seus méritos, são tolhidos pela inveja e ressentimento generalizados.
Bem sei que argumentarão que será complexo de perseguição da nossa parte. Mas, no fundo, sabes tu e todos sabem que é bem verdade o que afirmo.
Como resolver, então?
Não esperes da parte do Boavista F.C. black-out’s ou discriminação, nunca o fizemos no passado em relação a nenhum Órgão da Comunicação Social, nem isso faz parte da nossa cultura desportiva. O que, aliás, jamais foi reconhecido.
Outros muito mais fariam por muito menos, mas a esses, porque mais fortes socialmente, aceitam tudo, ajoelhando-se de forma mais ou menos dissimulada, mas bem evidente para todos.
Aliás, se há coisa de que me orgulho como dirigente é que, mau grado o evidente mal-estar que isso causa, haja hoje outros Clubes pequenos e médios a ousar intrometer-se no espaço dos grandes. Não os invejo ou diminuo, como fizeram connosco, até porque conheço as dificuldades que enfrentam. Felicito-os e encorajo-os. O nosso País Desportivo vai ter que se habituar a essa nova realidade.
Reconheça-se, ao menos, que o Boavista a esse nível fez escola. E que eu, passe agora a imodéstia, terei sido o primeiro a acreditar ser possível ter mais ambição, a fim de conseguir o inimaginável. Comigo a Presidente, e sendo o mais jovem de sempre a consegui-lo, este Clube ganhou todos os títulos nacionais de futebol que há para ganhar. Ainda hoje pago o preço dessa ousadia, mas voltaria a fazer igual, quiçá com mais determinação e orgulho.
Que nos deu este País em troca? Além do dito ressentimento, ainda hoje evidente, fomos os únicos a ter que pagar com os seus próprios meios e sem quaisquer apoios o novo Estádio para o Euro 2004! Discriminação que nos causou dificuldades temporárias, com muito trabalho e dedicação felizmente já quase ultrapassadas. Sem a ajuda de ninguém
Acabo como comecei: lamento escrever-te esta carta, aberta para que os Boavisteiros e os Desportistas em geral possam partilhar comigo este sentimento de mágoa e desconforto pela forma sucessivamente incorrecta e injusta como nos tratam.
Nada mais iremos fazer, a não ser dar o direito ao Carlos Brito de, através de entrevista ao nosso Site Oficial, onde com certeza as suas ideias e palavras serão fielmente reproduzidas, encerrar o assunto.
E, seja qual for a sequência que o “teu” programa venha a dar no futuro a esta situação, não merecerá da nossa parte nem mais uma palavra.
Apenas deixo afirmado aquilo que tem sido nosso desígnio desde que sou Presidente do Boavista F.C.: jamais deixaremos de, unida, firme e dignamente, perseverar pelo melhor para esta já centenária Instituição e para todos os que a servem. Nem o nosso amor ao Clube poderia deixar que fosse doutra forma. E estas coisas ainda nos dão mais vontade de trabalhar.
O resto, deixo à tua consciência, à de quem te acompanha no Programa, e à de quem gere essa também respeitável Instituição que é a TVI. Ainda acredito que haja a humildade de reconhecer quando não se faz o mais correcto. O futuro, e a forma como venham a proceder no relativo a este Clube, se encarregará de esclarecer até que ponto terão tal capacidade.
Porto, 29 de Novembro de 2005
O PRESIDENTE DA DIRECÇÃO DO BOAVISTA F.C.
O PRESIDENTE DO C.A. DA BOAVISTA F.C., FUTEBOL, SAD
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(DR. JOÃO LOUREIRO)
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