segunda-feira, outubro 31, 2005

BOAVISTA 2 - SPORTING 2




O Boavista manteve-se imbatível no Bessa, onde o Sporting anunciara querer vencer: chegou a estar nessa posição, com vantagem de dois golos, mas... a pressão anfitriã desnorteou os leões podendo dar o ponto do Bessa como conquistado

O jogo teve início em toada de equilíbrio, embora os equipamentos de xadrez se situassem sempre muito mais perto da baliza contrária do que os listados de verde; o que aconteceu, porém, foi que, em lances fortuitos - e contra a corrente do jogo, que fluía para as redes guardadas por Ricardo -, o Sporting marcou, por duas vezes, chegando ao intervalo com um desafogo... que acabou por trair a equipa. No reatamento, Carlos Brito incutiu uma dose extra de confiança e querer na equipa, com as panteras a submeterem os leões à zona limítrofe da baliza que defendiam, sem fôlego para responder ou ousar experimentar o ataque.
Em 11 minutos, tudo ficaria como no início - e como no fim: o resultado igual para os dois lados, a divisão de pontos como prémio... de consolação e a invencibilidade (nos diferentes parâmetros de análise) mantida.

O jogo começou, porém, com a discussão a meio-campo a ser repartida. A projecção nas alas era emprestada, sobretudo e fundamentalmente, num sentido - o que Manuel José dava à direita do ataque do Boavista. Guga aparecia... ausente, e Fary em luta com os centrais do Sporting.

Contragolpe triunfante
O jogo desenhava-se num sentido, adivinhando-se, mais tarde ou mais cedo, um golo na baliza de Ricardo. Foi na outra, porque isto da adivinhação é para quem sabe e, mesmo assim... nunca fiando.
Com um golo consentidissímo pela defesa e com outro , em que não era canto e que é rpecedidoi de falta de Beto sobre Cadú, o Sporting chegava ao intervalo a vencer.

N segunda-parte o Boavista entrou em campomais afoitos e disposto a lutar pela vitória, ou, pelo menos, pela condição de invencíveis no Bessa. Carlos Brito, que prescindira do lateral-direito Rui Duarte para apostar no avançado William Souza, à passagem da meia hora de jogo, quando já perdia por 0-2, confirmou a ausência de Guga do jogo, fazendo entrar o extremo Zé Manuel para a esquerda do ataque. A pressão, velocidade e atitude do Boavista da segunda parte foram demais para um Sporting que subiu ao relvado predisposto a garantir a vantagem. Zé Manuel foi determinante, assistindo João Pinto, no primeiro minuto da segunda metade, para o golo que reforçou a confiança dos boavisteiros - abalando, em proporção directa, a dos leões. Depois, forçou Ricardo a grande defesa, embora incompleta, aproveitando William Souza a oportunidade para igualar a partida e fixar o resultado.

As apostas de Carlos Brito na velocidade de Diogo Valente, que remeteu Zé Manuel à sua posição - na direita - e retirou fulgor e clarividência à equipa de xadrez. Não houve mudanças efectivas, pese embora haja a registar que, a haver mais golos, estes aconteceriam na baliza de Ricardo. O Boavista mantém-se invicto no Bessa.

Ficha de jogo

Estádio do Bessa | relvado: razoável | espectadores: 7 500 | árbitro: João Ferreira [Setúbal] | assistentes: Hernâni Fernandes e António Godinho | 4.º árbitro: Rui Costa

Boavista 2 - Sporting 2
GOLOS [0-1] Nani 22', [0-2] Liedson 25', [1-2] João Pinto 46', [2-2] William Souza 56'

Boavista
21 Carlos GR
2 Rui Duarte LD 32'
37 Hélder Rosário DC
20 Cadu DC
5 Areias LE
66 Tiago MD
22 Lucas MD
81 Manuel José AD 75'
12 João Pinto MO
8 Guga AE 45'+
9 Fary AV
T: Carlos Brito
1 William GR
3 Ricardo Silva DC
7 Zé Manuel AE 45'+
11 Diogo Valente AE 75'
14 Paulo Jorge MO
17 Cafu AV
83 William Souza AV 32'
amarelos 27' Hélder Rosário, 48' Lucas, 90'+1' William Souza
vermelhos Nada a assinalar

Sporting
76 Ricardo GR
2 Rogério LD
15 Miguel Garcia DC
22 Beto DC
55 André Marques LE 52'
27 Custódio MD
28 João Moutinho MO
10 Sá Pinto MO 67'
18 Nani MO
31 Liedson AV
17 Douala AV 81'
T: Paulo Bento
16 Tiago GR
3 Semedo DC
11 Tello LE 52'
8 Luís Loureiro MD
34 João Alves MO 67'
51 Wender MO
87 Pinilla AV 81'

amarelos 38' Nani, 58' Liedson, 60' João Moutinho, 65' Miguel Garcia
vermelhos Nada a assinalar


Estatística

Boavista
15 remates
0 poste
5 à baliza
2 golos
8 fora
1 pequena-área
7 grande-área
7 fora da área
13,3 eficácia remate/golo
11 faltas cometidas
7 cantos
3 foras-de-jogo

Sporting
6 remates
0 poste
1 à baliza
2 golos
3 fora
1 pequena-área
1 grande-área
4 fora da área
33,3 eficácia remate/golo
27 faltas cometidas
6 cantos
2 foras-de-jogo

João Pinto: «A haver um vencedor tinha de ser o Boavista»
«Se houvesse um vencedor tinha de ser o Boavista, estivemos muito bem. O Sporting foi feliz por marcar dois golos em cinco minutos quando estávamos a jogar muito bem. Mesmo assim, parabéns aos seus jogadores, porque não é fácil marcar dois golos no Bessa. Merecíamos ganhar, mas o nosso objectivo está traçado desde o início da época e passa pelas competições europeias. O que nos falta para estarmos mais à frente? Falta ganhar de forma convicente um jogo importante, como este era, para com isso embalarmos e ganharmos confiança».

William Souza (Boavista): «Estava convicto que ia marcar»
William Souza, marcou o segundo golo, explicou que o abraço a Carlos Brito foi uma forma de agradecimento pela confiança demonstrada pelo treinador, depois da expulsão frente ao Sporting de Braga:
«Com dois pontas-de-lança, conseguimos segurar os defesas do Sporting, que estavam a subir muito. Estava convicto que ia marcar, estava de frente para a baliza, confiante que o Ricardo ia soltar a bola. Um golo dá sempre moral a um ponta-de-lança. No último jogo não fui feliz, fui expulso, mas agora tenho de trabalhar para entrar em marcar. Acredito que daqui para a frente as coisas vão correr melhor. Dei um abraço ao Carlos Brito como forma de agradecimento, porque da última vez que entrei acabei por ser expulso e prejudiquei a minha equipa».

Carlos Brito (Boavista): «O resultado numa palavra? Injustiça»
Carlos Brito, ficou satisfeito com a resposta dos jogadores à desvantagem de dois golos, lamentando apenas não ter conseguido chegar à vitória, algo que, considera, os axadrezados mereciam:
«O resultado numa palavra? Injustiça, por tudo o que conseguimos produzir. Antes de mais, foi um grande jogo de futebol. Entrámos muito bem no jogo, estivemos bem até ao golo do Sporting, depois voltam a marcar num lance que não é canto. Fizemos uma excelente segunda parte, a correr atrás do prejuízo, depois de um jogo num campo complicado para a Taça de Portugal, em Oeiras. A minha satisfação passa por sentir que podíamos ter vencido o encontro, depois de ter conseguido recuperar da desvantagem. Independentemente de não termos ganho, só tenho a dizer bem da nossa segunda parte. Nos últimos jogos, tenho colocado muitos homens na frente, e não seria por ser o Sporting que iria mudar. Quando tiver de meter defesas para segurar um resultado, também o farei. Quero que estes jogadores acreditem no que valem, mesmo alguns com mais idade ainda têm muita qualidade».
Sobre a recuperação no marcador: «Irritei-me em algumas situações, porque sentia que podíamos vencer o Sporting. Não foi fácil, ao intervalo, motivar aquela gente toda. Imaginem todos de cabeça baixa ao intervalo, no balneário. Disse-lhes que se marcássemos um golo iríamos dar a volta ao jogo. O Boavista fez muito mais do que o Sporting fez a menos.»
Sobre a entrada de Carlos: «Tenho três excelentes guarda-redes. Até hoje, se calhar o mais injustiçado até tem sido o Khadim, mas o William não sai por termos perdido, mas compreendo a sua tristeza. Achei que era a altura de dar uma oportunidade ao Carlos, amanhã poderei dar de novo ao William ou ao Khadim»

E mais não se pode dizer de um jogo onde o Boavista foi superior em todos os aspectos, menos em dois erros (outra vez!!!!) da nossa defesa... Mas isso há-de melhorar.... pelo menos é o que se espera....

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