PALERMO 3 - BOAVISTA 1

O Boavista encerrou a pré-temporada com uma derrota, a quarta e a mais pesada da fase de preparação, a segunda consecutiva desde que Jesualdo Ferreira saiu e a equipa foi entregue a Pedro Barny. Foi, também, a mais sofrida, a mais ingrata, por ter chegado a números que escondem o que houve de bom, uma história a condizer com o cenário, Palermo, uma terra implacável e com uma equipa entusiasmada, com um par de campeões do Mundo – Zaccardo e Barzagli – para celebrar, na apresentação aos sócios.

Do que a ninguém apetece ouvir falar, depois de um 3-0, há muito a dizer. Barny começou com Hélder Rosário adaptado ao lado direito, tal como o antecessor fizera frente ao Fulham, na tentativa de fortalecer a defesa, com Ricardo Silva e Cissé no eixo e Mário Silva à esquerda. A meio-campo, prescindiu de Ricardo Sousa, para garantir equilíbrio em todo o relvado. Com Tiago, Kazmierczack e Lucas, esse esforço está garantido. Com Zé Manel e Grzelak nas alas, a correr para Linz, o Boavista começou muito bem, a jogar com personalidade, a ganhar cantos, a criar perigo… até que um tremendo azar de Mário Silva na recepção de um atraso permitiu a Di Michele isolar-se e fazer o 1-0.

O “La Favorita” delirou, mas o xadrez aguentou e só ao segundo golo, quando o Palermo investiu em força e o eixo da defesa cedeu, se sentiu, realmente, a perder. Foi então que se escancararam fraquezas e forças: Grzelak adormeceu e deixou a equipa partir-se; Zé Manel, ao contrário, fez ouvir a raiva que lhe ia na alma aos 20 mil adeptos do Palermo, defendeu, atacou, tentou repor o equilíbrio inicial. Fez o melhor jogo da pré-época, diga o resultado o que disser. Barny pode contar com ele, mas não só. No segundo tempo, lançou Ricardo Sousa e com ele as oportunidades de golo cresceram; a capacidade de luta não diminuiu, mas a tendência para o sofrimento também não. Antes de um erro de Essame precipitar o terceiro golo, Lucas marcou, na ressaca de um livre, mas o árbitro decidiu anular, por razões que só ele conhece.

de O Jogo